No dia 13 de agosto comemora-se o dia dos pais, o que torna esse mês especial.
A fim de homenageá-los irei, através de minhas lembranças, estimular todos vocês a suas próprias lembranças.
Meu pai nos impôs (EU e três irmãos) uma educação rígida como habitual dos pais de sua geração, mas, embora seus exemplos diários de seriedade, trabalho e responsabilidade, o “velho” nos dava aula de convivência social através do seu ótimo humor. Não havia pessoa, onde ele chegasse desfilando suas gozações, que ficasse imune. Aonde o “velho” ia era só festa. Os seus amigos demonstravam grande admiração por seu caráter e bom humor.
Quando crianças (éramos três meninos) o “velho” participava em todas as brincadeiras. Seu carinho e atenção com os filhos eram totais. Lembro das vezes em que qualquer um de nós se acidentava, lá estava a mão de meu pai a nos socorrer, a nos levantar e sempre, com uma palavra de incentivo, nos confortar.
Algumas passagens são de lembranças obrigatórias e tornaram-se história da família, comentadas até hoje em qualquer encontro familiar.
“Lá pelos idos de 1965 o “Velho” tinha uma NASH, ano 1958, que vivia enguiçando. O carro para pegar de manhã tinha de ser empurrado por um batalhão de pessoas, que incluía minha mãe. Cansado de tanto empurrar esse carro, em um dia de fúria, o Sr. Cancella resolveu atear fogo ao carro no quintal de nossa casa. Imaginem a confusão que foi. Aliás, esse carro sofreu duas tentativas de incêndio, já que meu irmão Jorge, em seu aniversário de 05 anos, invadiu o carro, acendeu o estofamento e cantou parabéns. Houve um dia em que vínhamos, os três irmãos (nossa irmã ainda não havia nascido), no banco de trás, quando meu pai entrou em uma curva e a porta do carro abriu-se, caindo um de nós na rua. Somente ao chegar a casa que “velho” sentiu falta de um. Após isso, sempre íamos os três no banco da frente e, a cada freada, na falta de cinto de segurança, Papai esticava seu braço e amparava os filhos evitando um choque no painel do carro.”
Até mesmo o Oásis Clube tem histórias para contar do Sr. Cancella, mas são tantas que levaria um livro para escrevê-las, portanto, vou parar por aqui, esperando ter incentivado cada um de vocês, filhos, a encontrar um tempo para beijar seu pai, todo dia, e agradecê-lo por tudo que fez de bom em suas vidas.
A vida é uma contagem regressiva. Infelizmente hoje meu pai cumpre sua morada em nossos corações e a oportunidade de beijá-lo já passou. Constato que, apesar de ser pai e avô, quando a vida me calça e derruba, tenho saudades e lembro com carinho da mão de meu pai.
Fica aqui minha oração para ele e todos aqueles que, de uma forma ou outra, sejam pais.
FERNANDO CARLOS CANCELLA
PRESIDENTE do Conselho Deliberativo